quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Visita à Desireé - Parte 2 (Final)

Os olhos de Kock se mantinham sobre a pequena Ammellie, havia um misto de sorriso e satisfação esboçado no rosto angular e belo do homem que a fazia gemer ainda mais alto. As mãos da pequenina erguidas pelo braço de Victor. O homem deixava que os lábios presenteassem a pele virginal com beijos e mordiscares. O membro a deslizar entre as pernas da garota que tentava em vão arqueá-las levemente. O corpo amolecia por inteiro. Sentia o melar das coxas, o abdômen que subia e descia em uma velocidade ofegante. Ela gozaria, gozaria não no membro de Victor entre suas pernas, mas nos olhos de Kock que a possuíam inteira. O rapaz atrás da pequena movia-se. Deixava-se esfregar nela. As mãos tocavam os pequenos e rijos seios, brincavam com o biquinho sem muita destreza, mas ainda assim, sob aquele olhar qualquer toque se tornava inebriante. As mãos de Desireè tomavam o cabelo da ruiva que estava entre as suas coxas. Gostava daquela sensação de comandar. Gostava de ter total controle sobre a vontade de outro. E era assim que provocava Lucrecia, enquanto a mulher se esbaldava em chupar-lhe o sexo com volúpia, melava-se inteira no sexo de Desireè. Mordiscava. A ponta da língua provocativa brincava como fazia com seu mestre, tocava-lhe a ponta do clitóris e deslizava para dentro do sexo da mulher. Desireè deixou escapar um gemido que lhe traia. Mas vinha o tapa. O tapa forte contra o belo rosto da escrava de Kock.
- Eu lhe permiti que me fodesse com essa sua língua de merda, sua vagabunda? – E a mão da Domme a puxava pelo queixo.
Os olhos de Lucrecia eram de desculpas. Não podia ter agido por conta própria, não podia ter feito aquilo, era uma impura, não era digna de chupar a amiga de seu mestre.
- Me perdoe senhora, me perdoe.
E outro tapa. Marcava o rosto de Lucrecia com os dedos finos. Parecia até mesmo haver algo mais do que disciplina em seus atos. Descia a perna do braço do sofá. Se aquela vagabundinha de Kock continuasse ela gozaria com toda a certeza e não seria bom que seus escravos a vissem gozando para outra e tão rápido. A culpa era de Henrick que se mantinha ali imóvel. Nem os ruídos do tapa, ou os pedidos de Lucrecia pareciam capaz de tirar-lhe do transe nos olhos de Ammellie. Os olhos da Domme estavam novamente sobre os do Mestre e aquilo parecia rasgar-lhe inteira numa onda de calor que não podia justificar. Lucrecia abaixava-se. Lambia as botas de Desireè num pedido de desculpas muda e a mulher não se deixava voltar atrás.
- Basta!! – e erguia a mulher pelos cabelos fazendo-a reclinar-se no encosto do sofá, mantendo as nádegas empinadas e redondas para cima.
- Vai me castigar senhora? – Indagava a voz doce e sedutora de Lucrecia. Kock sabia trabalhar bem suas escravas e o sorriso de satisfação que Desireè não pôde ver desenhado nos lábios carnudos da mulher entregava que o ato havia sido pensado exatamente para chegar onde ela queria. O Castigo.
Desireè não respondia. Os olhos fixos em Kock sentiam a vagina formigar inteira. Queria que ele a fodesse. Que estranho dom era aquele do Dominador? Ele estava trepando com a escrava e com ela ao mesmo tempo, sem tocar a escrava e a ela sequer destinava o olhar. Desgraçado. Virava-se de vez, deixando os dedos tatearem a baixela de prata na sala com alguns apetrechos e deixava o dedo deslizar sobre o dildo, negro. Num tamanho desproporcional. Orgulho de orgias romanas talvez. E vestia a calcinha que o prendia. Era um homem e em seus devaneios psicóticos talvez até pensasse ser o próprio Kock naquele instante. O falo rijo sintético a apontar para o alto, guiado pelas delicadas mãos da dominatrix. Ela sorria, caminhando para a frente do rosto de Lucrecia.
- Vai aprender a se portar com uma Domme, sua cadela imunda...
E novo tapa. O rosto da mulher chegava a virar pela violência da mão que lhe marcava o rosto. Doía. Sim doía, mas ela se sentia tão presa e excitada àquela dor. Os olhos de Lucrecia voltavam suplicantes para os olhos da Domme..
- Abre a boca cadela vagabunda e chupa. Chupa o meu pau.
Sorria com escárnio quando a pequena e desejosa boca de Lucrecia tomava o dildo. Não conseguia envolve-lo inteiro, nem mesmo abocanhar a glande inteira na boca.. era grande. Nunca havia brincado com um desses, e de repente sentiu medo. Mas um medo aliado a uma vontade imensa de sentir-se rasgada ao meio por aquele membro negro. E lambia inteiro.. deixava a língua deslizar do topo à base, como uma gatinha sedenta a beber o mais puro leite. Os dedos brincavam ao redor do dildo, como se masturbasse o membro de sua Domme honorária. Os olhos se mantinham baixos, como uma serva deveria ficar e nisso, Lucrecia mostrava total talento. Os olhos de Desireé ainda estavam sobre Kock. E para os dele não havia outro lugar. Victor deixava que a mão deslizasse pelo abdômen. Que os dedos descessem até o ventre.. e afastava. Expunha o clitóris, ao dedo. À ponta do dedo que deslizava sobre ele, sem sequer deixar de beijar a nuca, de respirar ofegante entre os fios de cabelo. De deslizar a boca ao lóbulo em mordiscares, permitindo à língua contornar a orelha. Ammellie arfava. A boca entreaberta deixava a ponta da língua contornar os lábios e os olhos imploravam pelo toque de Kock. Queria que ele arrancasse as mãos de Victor, que fosse ele a prová-la daquela forma. E nesses pensamentos sentia o estremecimento lhe tomar as pernas, molhava ainda mais.
- Senhora.. eu não agüento mais.. eu vou gozar.. – A voz delicadamente juvenil sussurrava ao mesmo instante em que o grito de dor de Lucrecia era ouvido. Desireè a penetrava sem dó ou piedade, fazendo o corpo da slave tombar para frente. Dor, a dor era lacerante. E por alguns segundos para ela não houve prazer algum. Houve a sensação de ser aberta em duas. A sensação do filete de sangue que escorreu pelas pernas. A lagrima que brotava aos olhos quando ela tentava agarrar o couro do sofá. O morder da própria boca para conter mais gritos. Kock não a maltratava assim, era algo novo. E ela já não sabia se gostava tanto de estar dominada por Desireè. Mas não podia voltar atrás ou seria castigada com algo maior.
- Toque-a. – Pela primeira vez durante aquela orgia a voz rouca de Kock se fez escutar. Era imperativa e destinada a Desireè. Mas os olhos dele não se desviaram de Ammelie. A garota estava prestes a gozar. E ele queria ver o quanto ela agüentaria.
A Domme escutou a ordem e mecanicamente, levou os dedos ao sexo de Lucrecia. Habilidade. Desireé possuía toda uma habilidade com as mãos, manuseava o clitóris com delicadeza e certeza nos toques, deslizava-o escorregadio entre os dedos, massageava. E manteve o ritmo até perceber que a musculatura de Lucrecia já não estava tensa. Que alem dos gemidos de dor, os luxuriosos de prazer começavam a brotar e então voltava a se mexer dentro da garota. Os olhos da Domme sobre os de Kock. A pequena Amellie disse que gozaria, informava sem pedido algum. Para Desireé a ordem de Kock fora um tapa no rosto. Não queria continuar com aquilo não queria ver o que seus ouvidos acabavam de escutar. Kock mantinha o olhar e por ele dizia que não era hora. E Ammellie puxava o ar para si com toda a força dos pulmões.
- Não senhora.. eu.. – titubeava o formigamento já lhe consumia todo o ventre – eu não posso gozar agora.. eu.. eu agüento mais.. agüento..
Kock sorriu. E só então caminhou até a garota. O cheiro do homem. Os gemidos de Lucrecia que explodia em gozo sem prévio aviso, devido à mão de sua senhora no momento e do descaso dela por estar presa aos olhos de Kock e de Ammellie. Desireè molhava inteira. Não.. não podia ainda ser tão fraca assim perto daquele homem. E Kock deixava o corpo estar a milímetros de Ammellie. A mão que tocava o sexo. Os dedos que deslizavam suaves, quase imperceptíveis pela fenda até o clitóris.
- Goze agora minha criança...
Não seria preciso sequer a penetração para fazer o corpo de a menina converter-se em espasmos que lhe tremiam toda a carne. Gozava. Abundantemente nos dedos de Henrick. Era dele o seu gozo, como fora cada suspiro de prazer que dera naquela sala. Uma experiência incomum que ela sabia que jamais presenciaria novamente, se não fosse ao lado dele. As pernas amoleciam e mantinha-se em pé tão somente apenas pelas mãos de Victor que a segurava. Ofegava e em momento algum do gozo, desviou os olhos daquele que para ela, em seu intimo seria sempre o seu verdadeiro senhor. Ele sorriu. Retirava o dedo do sexo da garota. Esfregando os dedos um no outro, deixava-se sentir o cheiro passando-os perto do nariz. Virginal. Ele sorriu virando-se para Desireè. Que ainda o olhava. No momento do orgasmo de Ammellie ela tinha se permitido sair de dentro de Lucrecia que estava sentada na poltrona.
- Leve-a Kock. Eu usei a sua escrava, sei que tem um preço a pagar. – Havia mágoa, extrema mágoa no tom de voz da linda mulher diante dele.
Ele sorriu. Deixou os dedos tomarem a nuca de Desireè puxando-a para si. Fazendo os lábios encontrarem os dela, num beijo lascivo. A língua que adentrava a boca da mulher, provocativa. Os lábios úmidos que sugavam os dela com força, com desejo que faziam a Domme amolecer envolvendo-o pelo pescoço. Deixava o membro sintético roçar o verdadeiro por baixo da calça de Kock.
- Eu não re-adestro slaves... – Murmurava ao mordiscar os lábios de Desireè. – Viveu tanto tempo sob meu domínio e esqueceu como procedo, Catarina? – A garota é sua... E sim... vc me deve. Usou Lucrecia. Eu vou cobrar. No momento exato. Por hora. Estou grato pela visita.
Ele sorria e afastava-se. Saia-se daqueles braços que lhe envolviam o pescoço, porque ele assim havia permitido. Estendeu a mão para que Lucrecia viesse. E a mulher ia. De cabeça baixa, como uma cachorrinha que revê o dono após um longo tempo.
- Vamos Lucrecia.
A mulher meneava a cabeça afirmativamente, obediente. Havia feito como seu dono pedira, induzira Desireé ao seu limite. Pegava as roupas para vestir-se. E seguia pouco atrás de Kock para a porta. Ammellie o olhava, como se pedisse, implorasse para ser levada por ele.
- E Desireè.. ainda tem muito de bottom em vc minha querida. Uma slave retraída e vingativa.. – ele sorriu, abrindo a porta. – Eu já tenho meu preço. Ligarei para cobrá-lo. Por hora, melhor tirar do baú sua antiga coleira com as iniciais HK.
E saiu pela porta, seguido por Lucrecia. Deixando para trás Ammellie, Victor, e Desireeé que apenas ao escutar as palavras coleira.. iniciais.. HK.. sentia as pernas tremerem. A respiração entrecortar. Maldito Kock.. Maldito. Maldito controle que ainda tinha sobre seu lado Slave que ela jurava ter morrido.

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Agora está explicado a real razão da Desiree ser tão cruel com seus slaves. Novamente me surpreendi com o final.

Parabéns, valeu a pena a espera pela segunda parte do conto!

17 de outubro de 2007 às 14:19  
Blogger Tyr Quentalë disse...

depois de vários surtos no msn, não vou surtar aqui. Maninho, vc se superou! Seu conto foi extremamente envolvente, sedutor e surpreendente. O Rei pertence a você!

18 de outubro de 2007 às 17:34  
Anonymous Anônimo disse...

*batendo palmas efusivamente, como se à platéia de alguma ópera magnífica* Bravo! Bravíssimo, guardião! *jogando uma rosa vermelha ao palco* O desfecho foi magnífico, meu caro. Parabéns. Arriscas acender-me antigas chamas, com esse tipo de narrativa.

18 de outubro de 2007 às 18:48  

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